quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ETV - Conselho Consultivo de 22/FEV/11

2ª Parte do Conselho Consultivo

http://www.youtube.com/user/economicotv#p/u/5/ZeaSGZY8oAY

Temas comentados:

* O crescente número de Famílias Endividadas;
* Os últimos números do Boletim Estatístico do Banco de Portugal  - Crédito Concedido/Crédito Cobrança Duvidosa

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Crédito Malparado – “Baixa Artificial”

O Boletim Estatístico do Banco de Portugal, de ontem revelou-nos que os montantes de Crédito de Cobrança Duvidosa de Particulares, tinham caído 7,24% face ao mês anterior (Novembro) e o mesmo tipo de Crédito, mas para Empresas tinha caído também 23,69%.
Nada de mais falacioso!

Mas então o que se passou?

É sabido, que estas movimentações por parte das Instituições Financeiras são cíclicas, isto é, no final de cada ano, todas as Instituições Financeiras compõem os seus Balanços, sobretudo abatendo activos malparados e passando-os para “write-offs”, que é como quem diz, para fora do Balanço.
Ao longo do tempo que o Banco de Portugal permite, as Instituições credoras vão criando provisões para os activos em incumprimento contratual. Uma vez constituída a totalidade da provisão, espera-se o “timing” adequado para a sua utilização. Ao ser utilizada, limpa do Balanço esses activos, em contra-partida desses resultados que saem da conta de exploração da Instituição.

Portanto, o que se costuma passar em Dezembro de cada ano, é a escolha do tal “timing” para compor o Balanço. Depois, existe ainda um outro passo nesta movimentação, que é a venda de carteiras de “write-offs” ou falidos, a instituições que se dedicam à recuperação de crédito e que possuem suficiente músculo financeiro de suporte. Por esta venda, as Instituições Financeiras acabam por fazer mais um encaixe que entra directamente na sua Conta de Exploração, como resultados extraordinários do exercício – nem tudo é perda!

Portanto, e passado este atípico mês de Dezembro, tudo irá voltar à “normalidade”. O mesmo é dizer, que no próximo Boletim Estatístico, lá estará e de novo o Crédito de Cobrança Duvidosa a crescer, quer seja na sua vertente Particulares ou Empresas.

E esta dinâmica, infelizmente, irá continuar.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Fazer Contas e Poupar

Todos sabemos que o tempo é de crise e que a conjuntura não vai de feição para ninguém. Muito menos para quem tem parcos rendimentos, que se formos bem a ver, é a grande maioria da população portuguesa.

Num tempo de grandes incertezas, todos os cuidados são poucos.

Não gaste em consumos supérfluos.

Antes de tomar uma atitude que leve ao consumo (imediato ou diferido no tempo), faça contas e veja se o orçamento do seu agregado familiar consegue acomodar a decisão que tenciona tomar.
Se essa decisão implicar o recurso ao crédito, então as contas terão ainda que ser melhores feitas. Não pense só no presente.

Ao recorrer ao crédito para financiar a compra de qualquer bem, a calendarização do serviço da dívida vai sempre decorrer no tempo, mais ao menos longo, conforme o produto e o prazo acertado entre o consumidor e a entidade financiadora.
Nunca se esqueça de criar “almofadas de segurança”, isto é, deixe sempre e mensalmente, uma reserva do seu rendimento que poderá servir futuramente para situações inopinadas. Não pense que só acontece aos outros! Poder-lhe-á acontecer a si.

E tente poupar. Faça um esforço, mesmo que sejam só alguns Euros por dia, vai ver que ao final do ano, representam bem mais do que pensa.
E sobretudo, evite endividar-se neste período em que nos encontramos.