quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ETV - Conselho Consultivo - 25.JAN.11

Comentários na ETV - Conselho Consultivo - 24.JAN.
Temas comentados:
              A proposta de diminuição da indemnização por despedimento
              O crescente Endividamento das Famílias - o que fazer?


1ª Parte

2ª Parte

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MAIS DIFICULDADES


A sucessão dos Boletins Estatísticos do Banco de Portugal, trazem cada mês, mais “recordes”. Estou, obviamente a referir-me ao valor do Crédito de Cobrança Duvidosa ou Crédito Malparado, para Famílias e Empresas.

O Boletim do passado dia 20, acentua essa mesma clivagem.

Assim, o Crédito de Cobrança Duvidosa a Particulares aumentou (e face ao mês anterior) – estamos a comparar Novembro com Outubro – 0,92% no Crédito à Habitação, 1,70% no Crédito ao Consumo e 4,18% no Crédito para Outras Finalidades.
Também, e no mesmo período, o Crédito de Cobrança Duvidosa concedido a Empresas não Financeiras, cresceu 2,80%.

É de facto uma calamidade o que se está a abater sobre as Famílias. E não se prevê qualquer melhoria nos próximos tempos. Antes pelo contrário. Este ano, vai ser de extremas dificuldades, com o Crédito de Cobrança Duvidosa sempre em crescendo, e com as Famílias a passarem maiores dificuldades.

Sublinho aqui uma ideia deixada anteriormente: é de capital importância a intervenção das Câmaras Municipais, através dos seus Gabinetes de Acção Social, a darem uma ajuda às Famílias Endividadas ou aquelas que se pensam endividar.
A atitude profiláctica e de ajuda, é a fronteira entre quem se pode endividar de forma sustentada e quem o faz de forma desregrada e com problemas insanáveis no futuro.

Uma palavra também para o Crédito de Cobrança Duvidosa das Empresas. É demonstrativo das dificuldades que as Empresas sentem e que só com muito esforço conseguirão escapar a esta espiral.
Se fizermos a análise de Outubro e Novembro, o Crédito de Cobrança Duvidosa em Empresas não Financeiras, cresceu 9%! Não poder ser!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O ATAQUE AO EURO

O que temos vindo a assistir nestes últimos tempos, tem sido um ataque desenfreado ao Euro.

Na impossibilidade dos especuladores e de quem os representa em atacar o coração da Europa, que é como quem diz, os países que produzem maior riqueza na EU, voltam-se para a periferia e desferem ataques aos países tradicionalmente mais fracos, mais desorganizados e mais indisciplinados em termos do controle das suas finanças públicas.
Foi assim com a Grécia, depois com a Irlanda e recentemente com o nosso país.

Não podemos perder de vista que quando a moeda única foi criada a taxa de câmbio Dólar/Euro era de 1 dólar para 75 cêntimos de Euro. Com o tempo, a moeda europeia veio a ganhar progressivamente terreno à moeda americana e quem não se lembra da taxa de câmbio de há pouco mais de 2 anos? Pois nessa altura, 1 Euro chegou a valer 1,52 Dólares.
Está visto, que esta situação para o lado de lá do Atlântico era insustentável.

 As suas importações eram cada vez mais caras e a valorização do Euro traduzia ainda outra realidade – a solidez da economia da Zona Euro.
Havia que fazer “qualquer coisa”. E aí tiveram um aliado que eles (EUA) próprios fabricaram – a crise do “sub-prime”. A forma como foi exportada para o exterior e particularmente para a Europa, a erosão que veio a criar nos sistemas financeiros, obrigaram os Governos a intervir em socorro dos seus bancos, das suas empresas e dos seus cidadãos, aqui com um aumento de subvenções sociais.
Como o dinheiro não cai do céu, muito naturalmente, o deficit das contas públicas veio a aumentar, quando todos os países já estavam numa trajectória descendente e em rota para a sua redução.
Então aí, e de forma completamente despudorada e lancinante, atacam as agências americanas de “rating”, desclassificando quase semanalmente os referidos países da periferia, ou inundando o mercado com notícias, qual delas a mais negativa.

Como já referenciei, a ideia é atingir o Euro, servindo-se destes países da periferia. E aqui a Europa terá que se organizar à volta dos ideais de Schuman e Monet, e sobretudo os países mais ricos, com particular relevo para a França e Alemanha, ajudarem nas orientações de coesão e união de todos os Estados-Membros, que levará a Europa para onde ela deve efectivamente caminhar, responsabilizando e exigindo de todos os Estados-membros, comportamentos responsáveis e de solidariedade.


A própria Alemanha não se poderá nunca dessolidarizar com todos os outros países. Todos recordamos a Unificação e os custos que tal situação causou.