O que temos vindo a assistir nestes últimos tempos, tem sido um ataque desenfreado ao Euro.
Na impossibilidade dos especuladores e de quem os representa em atacar o coração da Europa, que é como quem diz, os países que produzem maior riqueza na EU, voltam-se para a periferia e desferem ataques aos países tradicionalmente mais fracos, mais desorganizados e mais indisciplinados em termos do controle das suas finanças públicas.
Foi assim com a Grécia, depois com a Irlanda e recentemente com o nosso país.
Não podemos perder de vista que quando a moeda única foi criada a taxa de câmbio Dólar/Euro era de 1 dólar para 75 cêntimos de Euro. Com o tempo, a moeda europeia veio a ganhar progressivamente terreno à moeda americana e quem não se lembra da taxa de câmbio de há pouco mais de 2 anos? Pois nessa altura, 1 Euro chegou a valer 1,52 Dólares.
Está visto, que esta situação para o lado de lá do Atlântico era insustentável.
As suas importações eram cada vez mais caras e a valorização do Euro traduzia ainda outra realidade – a solidez da economia da Zona Euro.
Havia que fazer “qualquer coisa”. E aí tiveram um aliado que eles (EUA) próprios fabricaram – a crise do “sub-prime”. A forma como foi exportada para o exterior e particularmente para a Europa, a erosão que veio a criar nos sistemas financeiros, obrigaram os Governos a intervir em socorro dos seus bancos, das suas empresas e dos seus cidadãos, aqui com um aumento de subvenções sociais.
Como o dinheiro não cai do céu, muito naturalmente, o deficit das contas públicas veio a aumentar, quando todos os países já estavam numa trajectória descendente e em rota para a sua redução.
Então aí, e de forma completamente despudorada e lancinante, atacam as agências americanas de “rating”, desclassificando quase semanalmente os referidos países da periferia, ou inundando o mercado com notícias, qual delas a mais negativa.
Como já referenciei, a ideia é atingir o Euro, servindo-se destes países da periferia. E aqui a Europa terá que se organizar à volta dos ideais de Schuman e Monet, e sobretudo os países mais ricos, com particular relevo para a França e Alemanha, ajudarem nas orientações de coesão e união de todos os Estados-Membros, que levará a Europa para onde ela deve efectivamente caminhar, responsabilizando e exigindo de todos os Estados-membros, comportamentos responsáveis e de solidariedade.
A própria Alemanha não se poderá nunca dessolidarizar com todos os outros países. Todos recordamos a Unificação e os custos que tal situação causou.
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