terça-feira, 3 de dezembro de 2019


A Vergonha das comissões bancárias em Portugal

Com as margens de intermediação financeira a caírem há mais de 3 anos, a Banca em Portugal tenta alimentar a sua conta de resultados de outra forma. E a forma escolhida foi uma despudorada e vergonhosa corrida às comissões.

Por tudo e por nada se inventa uma comissão, a que os clientes não podem fugir, pois esta prática generalizou-se a todo o sistema.

Não se observa uma iniciativa de inovação.

O negócio bancário tem de se reinventar de forma permanente e perseguir a fórmula do empresário Schumpeteriano – permanente inovação, para estando um passo á frente da concorrência, beneficiarem dos ganhos dessa mesma inovação.

Óbviamente, que o futuro da Banca passa pela via electrónica e ligada às novas tecnologias.

A agência bancária irá cada vez mais perdendo a sua importância, e deixará de ser o epicentro onde se concentra o negócio bancário.

No capítulo da desintermediação financeira há tanto por explorar, não entendo como quem dirige os bancos em Portugal, não tem esse “golpe de asa” para aproveitar ganhos que daí poderão advir.

É mais fácil “carregar” nas comissões sobre os seus clientes. Mas esta situação irá ter um fim. As comissões não poderão crescer de forma exponencial.

As novas tecnologias não só activam uma via mais rápida e cómoda para o cliente se relacionar como seu banco, como retiram tráfego das agências. Assim, e desta forma, os bancos poupam nas agências (que vão fechando centenas todos os anos) e nos recursos humanos – diminuindo também o custo destes activos.

Estou de acordo com algumas comissões – aquelas que resultem de forma clara, dum serviço prestado ao cliente e que para este compagine um acréscimo de valor. Agora, aplicar uma comissão pela gestão de qualquer crédito concedido, que é escrupulosamente pago na data acordada contratualmente, além de me parecer desadequada e imprópria, atinge o patamar do obsceno.

É meu entendimento, que o Governo português deveria produzir legislação que limitasse bruscamente esta investida das comissões bancárias, que na sua maioria mais não são do que a tentativa de compor os resultados líquidos, que a margem financeira não permite.

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