quinta-feira, 28 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O Crédito Malparado não deixa de crescer - Famílias cada vez com mais dificuldades

O Boletim Estatístico do Banco de Portugal saído esta semana, não deixa qualquer dúvida – o Crédito de Cobrança Duvidosa, vulgarmente apelidado de Crédito Malparado continua a crescer.

Apesar de a concessão de crédito nas suas variantes Consumo e Outras Finalidades ter vindo a cair nos últimos 3 meses, a verdade é que o Crédito de Cobrança Duvidosa, nestas mesmas rubricas tem vindo a aumentar.

A desaceleração da concessão de crédito nestas duas variantes de Crédito a Particulares, está directamente relacionado com duas variáveis: a escassez de crédito nos mercados internacionais interligado ao crescente aumento do seu preço e, por outro lado, a inexistência de garantias reais para as entidades credoras, no caso de um incumprimento contratual.

No entanto, e se olharmos o comportamento do crédito concedido para compra de Habitação, verificamos, que apesar de tudo, vem registando crescimentos, muito ténues, é certo, mas vem crescendo. Este crescimento é explicado em grande parte pela garantia real que lhe está associada e que deixa as instituições credoras mais confortadas.

Assim, e em termos gerais, temos que em Agosto o Crédito Total Concedido a Particulares aumentou 0,12% e o Crédito de Cobrança Duvidosa ou Malparado, aumentou 0,59%, com particular realce para o incremento registado no Consumo e Outras Finalidades – 2,36%.

Também gostaria de deixar aqui bem claro, o enviesamento do modelo de crescimento da economia portuguesa, que há uma meia dúzia de anos inverteu o que deveria ser a dinâmica do crescimento económico sustentado, isto é, o Crédito Concedido às Empresas não Financeiras continua a ser bem menor do que aquele concedido a Particulares. Em Agosto, enquanto que o Crédito Concedido a Particulares se situava nos 140.658 mil milhões de Euros, o Crédito Concedido a Empresas não Financeiras quedava-se pelos 117.596 mil milhões de Euros.
Mais um sintoma de que a economia portuguesa há muito que não se encontra bem.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Endividamento das Famílias – falta visão estratégica

O Endividamento das Famílias, representa hoje uma das grandes preocupações nacionais e que de forma transversal, se instalou em toda a sociedade portuguesa.

O rácio do Endividamento das Famílias/Rendimento Disponível tem vindo em crescendo e o mesmo atesta este grande problema nacional – 123% em 2006; 129% em 2007; 135% em 2008 e 138% em 2009.

Além destes dados muito preocupantes, temos ainda o crédito vencido ou de cobrança duvidosa que, mês após mês, não pára de crescer.
Se analisarmos a evolução destes dois indicadores, facilmente chegamos à conclusão que muitas Famílias estão a passar grandes dificuldades.

Existem quatro grandes motivos pelos quais as Famílias chegam ao incumprimento contratual das responsabilidades creditícias assumidas: Desemprego, Doença, Divórcio e Contas não Feitas ou Mal Feitas.
De todos estes motivos, as Contas não Feitas ou Mal Feitas, representam cerca de 80% dos incumprimentos.

Aqui entronca a minha ideia inicial da falta de visão estratégica que tem norteado as Entidades Centrais – Ministério da Economia e Instituto do Consumidor – ou seja, estes cidadãos necessitam de uma ajuda muito específica. Tal como são ajudados milhares de cidadãos com as várias prestações sociais – Subsídio de Desemprego, Abono de Família, Pensões e Reformas, Rendimento Social de Inserção, etc. – também a ajuda a estes cidadãos endividados ou que se pensam endividar, deve ser vista da mesma forma – uma ajuda imprescindível ao equilíbrio na gestão dos rendimentos dos agregados familiares.

Enquanto nada se avançar neste sentido e se fizer de conta que nada acontece, vamos continuando a assistir à degradação dos núcleos familiares, por falta de ajuda exógena.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mais dificuldades para as Famílias

Com as medidas recentemente anunciados pelo Governo e com a sua posterior aprovação na Assembleia da República, as Famílias irão estar sujeitas a mais sacrifícios e mais dificuldades as vão esperar em 2011.

Ao aumentar o IVA, diminuir as isenções fiscais em sede de IRS e cortar os salários dos funcionários do sector público administrativo, significa menos rendimento disponível para as Famílias.
Significa que existem Famílias endividadas, que neste momento conseguem com extrema dificuldade assegurar o cumprimento do serviço da dívida, mas que deixarão de ter condições para assim continuarem, indo engrossar o contingente daqueles que se encontram em incumprimento contratual com as entidades credoras.

Também o desemprego vai aumentar. Pois se as Famílias têm um rendimento disponível menor, logo a sua procura dirigida à generalidade dos bens e serviços diminui, então as empresas não necessitam produzir tanto, por consequência também não precisam do mesmo número de trabalhadores.

Como é fácil de perceber, tempos ainda mais difíceis se aproximam.
Perante este cenário, o apelo à poupança é prioritário, tal como, uma exigente gestão dos rendimentos disponíveis das famílias.
Nunca como agora se tornou tão imperioso não se endividar.