A
vantagem da recuperação extrajudicial dos “non
performing loans”
A situação financeira da
economia portuguesa é crítica. Aqui considero a economia financeira
(óbviamente) e a economia real.
As dificuldades de acesso ao
“funding” para novos projectos ou
para financiar clientes, praticamente não existe. No que concerne ao sistema
financeiro, a fonte de financiamento via MMI foi fonte que secou há muito.
Então que fazer?
Muitas empresas “negligenciam” o seu crédito vencido.
Estou a referir-me à pouca atenção que dirigem para os montantes que têm em incumprimento.
Basta olhar o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, cuja periodicidade é
mensal, para perceber que o crédito de cobrança duvidosa ou malparado (Particulares
e Empresas) vem subindo há 3 anos consecutivamente, com alguns (poucos meses)
de excepção, particularmente quando as Instituições Financeiras levam a “write-offs” muitos créditos para os
quais as provisões já foram na totalidade constituídas.
Mas não existirá outro
caminho?
Evidentemente que sim. E
esse caminho é a recuperação extrajudicial.
É de todos sabido que os
tribunais nesta matéria (e noutras), há muito que deixaram de funcionar. Nessa
linha, assume particular relevância o contacto a ser feito entre o credor e o
devedor, mediado por quem sabe e cujo “background”,
perfil e competências, assentam neste tipo de experiência. Duma assentada
resolver-se-ão dois problemas: entrada em crédito vivo de crédito que se
encontra vencido e a conta de demonstração de resultados pode vir acrescida de
montantes extraordinários, por força de provisões que se fizeram e que voltam a
entrar no balanço como um proveito. Como consequência, o “funding” da empresa aumentará na mesma proporção em que se
consigam resolver processos em incumprimento.
Ao longo deste processo, e
como será fácil de calcular, e para que todas as diligências obtenham sucesso, assumem
particular relevância a visão estratégica e a competência de quem coordena
estes trabalhos.
Este não é um tema novo em
Portugal, mas que devido à conjuntura difícil que atravessamos, assume
particular destaque e atenção, disso que ninguém tenha dúvidas. E como dizia
Schumpeter: “Todos os que estiverem um
passo à frente e que tenham a capacidade de antecipação à concorrência, ao
mercado e a tudo que rodeia este, terão certos os ganhos da inovação”.
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