quarta-feira, 11 de julho de 2012


A vantagem da recuperação extrajudicial dos “non performing loans”

A situação financeira da economia portuguesa é crítica. Aqui considero a economia financeira (óbviamente) e a economia real.

As dificuldades de acesso ao “funding” para novos projectos ou para financiar clientes, praticamente não existe. No que concerne ao sistema financeiro, a fonte de financiamento via MMI foi fonte que secou há muito. Então que fazer?

Muitas empresas “negligenciam” o seu crédito vencido. Estou a referir-me à pouca atenção que dirigem para os montantes que têm em incumprimento. Basta olhar o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, cuja periodicidade é mensal, para perceber que o crédito de cobrança duvidosa ou malparado (Particulares e Empresas) vem subindo há 3 anos consecutivamente, com alguns (poucos meses) de excepção, particularmente quando as Instituições Financeiras levam a “write-offs” muitos créditos para os quais as provisões já foram na totalidade constituídas.

Mas não existirá outro caminho?

Evidentemente que sim. E esse caminho é a recuperação extrajudicial.

É de todos sabido que os tribunais nesta matéria (e noutras), há muito que deixaram de funcionar. Nessa linha, assume particular relevância o contacto a ser feito entre o credor e o devedor, mediado por quem sabe e cujo “background”, perfil e competências, assentam neste tipo de experiência. Duma assentada resolver-se-ão dois problemas: entrada em crédito vivo de crédito que se encontra vencido e a conta de demonstração de resultados pode vir acrescida de montantes extraordinários, por força de provisões que se fizeram e que voltam a entrar no balanço como um proveito. Como consequência, o “funding” da empresa aumentará na mesma proporção em que se consigam resolver processos em incumprimento.

Ao longo deste processo, e como será fácil de calcular, e para que todas as diligências obtenham sucesso, assumem particular relevância a visão estratégica e a competência de quem coordena estes trabalhos.

Este não é um tema novo em Portugal, mas que devido à conjuntura difícil que atravessamos, assume particular destaque e atenção, disso que ninguém tenha dúvidas. E como dizia Schumpeter: “Todos os que estiverem um passo à frente e que tenham a capacidade de antecipação à concorrência, ao mercado e a tudo que rodeia este, terão certos os ganhos da inovação”.

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