A
VERGONHA DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
Finalmente!
A
decisão da demissão da Administração chegou. Chegou tarde. Muito tarde.
Desde
o início que todo este processo estava inquinado, e a Administração nunca percebeu
que não tinha condições para aceitar.
A
partir do momento que o Banco Central Europeu (BCE), mandou de volta à Escola
alguns dos seus Administradores, que se percebeu que o objectivo nunca iria
chegar a bom porto.
Tratou-se
de um vexame! Um vexame na sua conjugação mais absoluta!
Todos
temos a nossa dignidade. Ora, quando uma entidade externa (BCE) não reconhece
em alguns Administradores competências na área da gestão de risco e os manda de
volta à Escola para aprender a modelização, o que tinham a fazer (em defesa
dessa dignidade) era não aceitar e passar a bola a outros, cujas competências
fossem reconhecidas pelo regulador Europeu.
Penso,
porém, que esta lacuna não deverá ser só destes, mas sim de todas as
administrações da banca em Portugal.
Perguntem
aos Administradores da banca portuguesa se sabem o que é o Modelo CAPM ou o
APT. Para que servem. Para ficar só por aqui.
A
falta de competências erradica numa licenciatura tirada há muitos anos (para
quem a tem, porque o que não deve faltar por aí, são indivíduos com altas responsabilidades
na banca com cursos secundários), sem qualquer refrescamento pelo meio.
Sobretudo, na área da gestão do risco de crédito e na gestão de activos
financeiros, com as respectivas modelizações.
Por
tudo isto, sempre tive para mim, que a vida era curta. Aliás, como se veio a
comprovar.
A
questão da apresentação ou não das declarações de rendimentos, foi o bode
expiatório duma situação que logo à nascença se percebeu que era um nado-morto.
Não se percebeu, isso sim, porque demorou tanto tempo a conhecer-se o último
episódio da saga!
A
culpa tem de ser repartida pelo Governo e particularmente, pelo ministro das
finanças.
Então
vão convidar pessoas que não têm as competências requeridas pelo BCE? E depois,
esperam a demissão?
Acaso
não perceberam, que todo este tempo foi altamente pernicioso para uma CGD já de
si com problemas graves, e que só se agudizaram?
A
CGD tem vindo a perder valor desde o início do ano. Os clientes começam a ficar
com dúvidas (muitas) e a fidúcia está, a cada dia que passa, a esboroar-se,
pela inaptidão de quem tem a responsabilidade de criar uma situação de estabilidade
na CGD e não teve essa inteligência.
O
tempo urge!
Que
seja nomeado ainda esta semana, um novo elenco, mas que tenham o cuidado de
perceber, se convidam quem tem competências requeridas, não pelo regulador Europeu,
mas pelo negócio que a CGD necessita fazer, óbviamente correndo riscos, mas
devidamente calculados e acautelados, é para isso que os modelos servem.
Passar
muitos anos na banca, não é sinónimo de competência!
Competência
é fazer, saber fazer e bem.
Óbviamente
que se tem que saber do negócio, mas importante também é saber “gerir” o mesmo, e ter as ferramentas
adequadas e essas aprendem-se na Escola e não nos muitos anos de “tarimba cabouqueira” que parece por aí
haver muita!
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