quarta-feira, 24 de janeiro de 2018


PORTUGAL – O perigo outra vez do Endividamento

O Endividamento das Famílias e das empresas, voltou a acelerar em Portugal de novo.

Particularmente, aquele que concerne às Famílias, pode tornar-se numa forte ameaça para a economia portuguesa. Desde logo, para os seus principais financiadores – Banca e Sociedades Financeiras.

Todos estamos recordados do elevado nível de endividamento registado pela economia portuguesa em 2011 – Famílias, Empresas e Estado – que de resto, levou Portugal ao resgate financeiro, que tantos sacrifícios impuseram aos Portugueses e que ainda hoje se fazem sentir e notar.

A recente abertura do crédito por parte da Banca, é maléfico para a estabilização da economia financeira (Banca) e para a nossa Balança de Transacções Correntes.

A contrapartida do aumento do Consumo Privado, não deve ser redutor e como tal não deverá justificar esse aumento do crédito concedido.

Como é de todos sabido, o aumento do crédito concedido trás consigo imparidades e crédito vencido, sendo a Banca obrigada a reforçar provisões para esses riscos em incumprimento contractual. Como as margens são tão pequenas neste momento, aproveitando uma histórica baixa nas taxas de juro de referência aplicadas nestes empréstimos, quer dizer, que a Banca (na sua generalidade) “está a criar condições” para uma nova crise no sector em Portugal.

É mau também para a nossa Balança de Transacções Correntes, particularmente para a Balança de Capitais, uma vez que a poupança gerada internamente não é suficiente para cobrir o nível dos empréstimos, a Banca tem de se endividar no exterior para ter recursos para emprestar.

Também como a maior parte dos bens transaccionáveis consumidos e comprados a crédito, são importados (automóveis, máquinas e outros bens),ajuda também a criar esse desequilíbrio anteriormente referenciado.

Numa altura em que (provávelmente) o BCE vai anunciar um forte abrandamento no instrumento de política monetária – “quantitative easing” – mais premente se torna o controlo que o sistema financeiro deverá ter sobre os seus Balanços, particularmente nos empréstimos concedidos.

Parece que a Banca em Portugal nada aprendeu com acontecimentos recentes. Retomou um caminho perigoso e que, com um agravamento da conjuntura externa, poderá potenciar e de novo, perdas muito significativas, fortalecimento dos seus principais rácios, particularmente o Tier-1 e o Core Tier-1, e no limite, poderá levar á resolução de alguma Instituição menos robusta.

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