No momento em que escrevo, ainda decorrem as negociações entre o PSD e o CDS, tendentes à formação do novo governo. Tão pouco se sabe, em quem irá recair a escolha para exercer a governação ao seu mais alto nível. Refiro-me particularmente a Ministros e Secretários de Estado.
No entanto, gostaria hoje aqui recuperar uma ideia que acompanhou Passos Coelho durante toda a campanha e com a qual estou completamente de acordo.
Passos Coelho sublinhou de forma muito clara e por múltiplas vezes, que em sua opinião deveriam ser chamados os melhores para a governação, independentemente do quadrante político em que se acantonassem. Mas disse mais: referiu que a chamada “sociedade civil” – fora da lógica e dos contornos partidários – teria, caso o PSD viesse a ser governo, um papel muito importante.
Não podia estar mais de acordo!
Aquela ideia peregrina e estafada do clientelismo político, estaria, de acordo com o que veio referenciando, condenada desde logo. Haveria sim, lugar à promoção dos melhores, daqueles com provas dadas nos mais variados sectores da economia financeira e real.
Agora, que se prepara o Governo e os convites começam (ou já foram) feitos, é que será bom de ver se Passos Coelho conseguirá manter-se fiel ao que bastas vezes veio dizendo na campanha. Acredito que sim. Acredito que conseguirá construir um Governo sem barões nem baronetes, sem figurões nem figuretes, mas sim com gente que já demonstrou ao longo da sua vida, a sua capacidade de trabalho, sempre pautada pelo rigor, exigência e excelência. E como já nestas páginas me tenho referido múltiplas vezes, não é nos corredores do poder ou nas universidades que irá encontrar as pessoas que o nosso país neste momento necessita. O país necessita de pessoas com efectiva e comprovada carreira de sucesso empresarial. Pessoas que tenham passado várias provações, desde o ter que pagar salários atempadamente, os deveres com a segurança social e os impostos, a multiplicação da facturação, a rentabilidade das vendas, a adaptação estratégica constante às necessidades e exigências do mercado, o ganho de quota de mercado e uma multiplicidade de actividades que conduzidas de forma exemplar levaram ao sucesso. Uns mais conhecidos que outros, mas todos de sucesso.
O país dispensa bem os teóricos. Os que dizem como se faz mas que nunca fizeram nada! E apuradas bem as circunstâncias, muitas vezes o que se teoriza, não tem uma adaptação prática, pelo simples facto de que se deve partir da experiência para a teorização e não o contrário.
Acredito que a experiência que Passos Coelho tem a nível de gestão de empresas, foi determinante na maneira como encara a gestão que o país deverá ter. Salvaguardando, obviamente, as diferenças entre gerir uma empresa e um país, existem contudo alguns traços que lhe são comuns – ambos têm que ter pessoas experientes, competentes e com uma extraordinária visão estratégica, para nos grandes momentos, com o seu “golpe de asa” fazerem a verdadeira diferença entre a mediania e os que são verdadeiramente excelentes.
E aqui, Passos Coelho pode e deve, marcar a diferença para as governações anteriores, deixando um selo de inteligência e rigor.
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